quinta-feira, 5 de junho de 2014

Execução e criação: trabalhando com prazer.

Todo líder deveria saber que para que as pessoas deem o melhor de si no trabalho elas têm que se sentir parte do trabalho.

Hoje vivemos uma organização do trabalho que fomenta a cisão homem e atividade. Essa pratica, além de promover resultados aquém dos que seriam possíveis, gera estresse, constrói um ambiente hostil e  faz do trabalho “um mal necessário”. Muitas pessoas simplesmente odeiam trabalhar. Vão porque precisam do dinheiro.

Que mundo é esses que vivemos? O trabalho, que é uma das manifestações e expressões da vida humana, tornou-se, para muitos, um momento necessário para a sobrevivência (tão somente).

Cabe aos lideres entenderem que o trabalho é a pessoa. E não o trabalho uma perspectiva e a pessoa outra. Como diz Cristophe Dejours[1] perdemos a relação de artesão com o trabalho. O artesão é a aquele que se movimenta, cria, se envolve e constrói sua obra – uma após a outra – como experi6encias únicas e de prazer já que sabe que o que faz “sai dele”.

Lideres: recuperem em suas equipes a capacidade das pessoas que lideram pensem, imaginem, sintam, sonhem e ajam! Sem que isso ocorra as pessoas desenvolvem estratégias defensivas do ponto de vista psicológico (Dejours, 1992) buscando, de forma inconsciente (ai mora o perigo) superar as contradições da forma como o mundo do trabalho se lhes apresenta.

Procurem construir ambientes de trabalho que provoquem uma identificação da pessoa entre o que ela tem que fazer e o que ela faz para o que utilizam-se de sua inteligência (individual e coletiva). Para isso vocês precisam fazer do ambiente de trabalho um espaço de solidariedade, confiança e cooperação. Cobrando resultados e deixando a forma de entrega-los para as pessoas construírem/criarem, você evitará o uso de “brincadeirinhas”, atrasos, boicotes, distanciamentos dos colegas e dos clientes, baixa produtividade, individualismo, passividade, reatividade, entre outras estratégias defensivas que as pessoas usam na intenção de evitar ambientes que as façam trabalhar divididas. 

Onde o trabalhar é algo mecânico, desprovido da percepção da experiência humana de trabalhar, todos nós “enrolamos” para chegar e ficamos esperando a hora de ir embora. Pensem nisso. 





[1] Dejours, C. A Loucura do Trabalho. 5a. ed., São Paulo: Cortez-Oboré, 1992.

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