terça-feira, 17 de junho de 2014

Ser feliz, apesar do trabalho, e a produtividade nos ambientes de trabalho.

É impressionante como ouço pessoas dizendo que o trabalho as faz infeliz. De fato isso é mais frequente do que deveria ser (para o bem das pessoas e das empresas).

Imagine que vivemos no Século XXI e, a despeito do conhecimento que temos à nossa disposição que não se tinha no inicio do século passado, a minoria de empresas e lideranças aplica esse conhecimento nas suas empresas evitando e/ou minimizando o estresse resultado da insatisfação que as pessoas vivenciam em seus ambientes de trabalho.

No meu ultimo post citei Cristophe Dejours[1] (p.134) e o farei novamente. O autor afirma que o trabalho pode ser favorável se atender a uma das duas condições abaixo:
-       “as exigências intelectuais, motoras ou psicossociais da tarefa estão, especificamente, de acordo com as necessidades do trabalhador considerado, de tal maneira que o simples exercício da tarefa esta na origem de uma descarga e de um ‘prazer de funcionar’”.
-       O conteúdo do trabalho é fonte de uma satisfação sublimatória: situação, que a bem dizer, é rara em comparação com a maioria das tarefas, encontrada em circunstâncias privilegiadas, onde a concepção do conteúdo, do ritmo de trabalho e do modo operatório é, em parte, deixada ao trabalhador. Este pode, então,  modificar a organização de seu trabalho conforme seu desejo ou suas necessidades; no melhor dos casos, ele pode até fazê-la variar, espontaneamente, com seus próprios ritmos biológicos, endócrinos e psicoafetivos, seguindo para isso sua vivencia subjetiva que, podemos mostrar, é frequentemente um excelente guia de proteção da homeostasia”.

Poucas empresas adotam uma gestão onde o funcionário decide sobre a forma de trabalhar atendendo aos seus anseios de carreira e contribuindo para com o atingimento dos objetivos da empresa.

Um exemplo de empresa que trabalha de forma diferente da convencional é a da Valve (   http://forum.nintendoblast.com.br/t31539-melhor-empresa-de-games-para-se-trabalhar-chama-se-valve ). Talvez outro exemplo  seja a Google( http://culturadaorganizacao.blogspot.com.br/2012/06/o-google-e-sua-cultura-organizacional.html ).

Nessas empresas há fortes indícios de que os colaboradores se envolvem e entregam seu trabalho, ou seja, o que têm de capacidade para criar e construir na forma de produtos e serviços que os clientes dessas empresas precisam.  Assim, como diz Dejours, de forma sublimatória, colocam sua energia na construção e  desenvolvimento do que sabem fazer respeitando seu ritmo, suas aspirações e possibilidades. Como resultado são felizes com o trabalho e experimentam baixo nível de estresse.

Mas porque será que apesar desse estudo e de muitos outros que comprovam que se o individuo trabalhar no que gosta e como gosta é mais produtivo as empresas não adotam modelos de gestão que favoreçam um trabalho significante? Será que os lideres não acreditam nas pessoas? Ou mesmo neles mesmos, na sua capacidade em gerar resultados por meio da motivação dos seus liderados? Será falta de desconhecimento? Será receio de falhar?

Aguardo seu comentário para nos ajudar a entender melhor os motivos. Se você souber de alguma pesquisa a respeito ou mesmo de outras empresas mais inovadoras na forma de gestão que atenda aos anseios de seus colaboradores deixe registrado.






[1] DEJOURS, C. A loucura do trabalho. 5a.ed. São Paulo: Cortez-Oboré,1999.

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