É impressionante
como ouço pessoas dizendo que o trabalho as faz infeliz. De fato isso é mais
frequente do que deveria ser (para o bem das pessoas e das empresas).
Imagine que vivemos
no Século XXI e, a despeito do conhecimento que temos à nossa disposição que
não se tinha no inicio do século passado, a minoria de empresas e lideranças
aplica esse conhecimento nas suas empresas evitando e/ou minimizando o estresse
resultado da insatisfação que as pessoas vivenciam em seus ambientes de
trabalho.
No meu ultimo post
citei Cristophe Dejours[1]
(p.134) e o farei novamente. O autor afirma que o trabalho pode ser favorável
se atender a uma das duas condições abaixo:
-
“as exigências intelectuais, motoras ou psicossociais
da tarefa estão, especificamente, de acordo com as necessidades do trabalhador
considerado, de tal maneira que o simples exercício da tarefa esta na origem de
uma descarga e de um ‘prazer de funcionar’”.
-
O conteúdo do trabalho é fonte de uma satisfação
sublimatória: situação, que a bem dizer, é rara em comparação com a maioria das
tarefas, encontrada em circunstâncias privilegiadas, onde a concepção do
conteúdo, do ritmo de trabalho e do modo operatório é, em parte, deixada ao
trabalhador. Este pode, então, modificar
a organização de seu trabalho conforme seu desejo ou suas necessidades; no
melhor dos casos, ele pode até fazê-la variar, espontaneamente, com seus
próprios ritmos biológicos, endócrinos e psicoafetivos, seguindo para isso sua
vivencia subjetiva que, podemos mostrar, é frequentemente um excelente guia de
proteção da homeostasia”.
Poucas empresas
adotam uma gestão onde o funcionário decide sobre a forma de trabalhar
atendendo aos seus anseios de carreira e contribuindo para com o atingimento
dos objetivos da empresa.
Um exemplo de
empresa que trabalha de forma diferente da convencional é a da Valve ( http://forum.nintendoblast.com.br/t31539-melhor-empresa-de-games-para-se-trabalhar-chama-se-valve ). Talvez outro
exemplo seja a Google( http://culturadaorganizacao.blogspot.com.br/2012/06/o-google-e-sua-cultura-organizacional.html ).
Nessas empresas há
fortes indícios de que os colaboradores se envolvem e entregam seu trabalho, ou
seja, o que têm de capacidade para criar e construir na forma de produtos e
serviços que os clientes dessas empresas precisam. Assim, como diz Dejours, de forma
sublimatória, colocam sua energia na construção e desenvolvimento do que sabem fazer
respeitando seu ritmo, suas aspirações e possibilidades. Como resultado são
felizes com o trabalho e experimentam baixo nível de estresse.
Mas porque será
que apesar desse estudo e de muitos outros que comprovam que se o individuo
trabalhar no que gosta e como gosta é mais produtivo as empresas não adotam
modelos de gestão que favoreçam um trabalho significante? Será que os lideres
não acreditam nas pessoas? Ou mesmo neles mesmos, na sua capacidade em gerar
resultados por meio da motivação dos seus liderados? Será falta de
desconhecimento? Será receio de falhar?
Aguardo seu
comentário para nos ajudar a entender melhor os motivos. Se você souber de
alguma pesquisa a respeito ou mesmo de outras empresas mais inovadoras na forma
de gestão que atenda aos anseios de seus colaboradores deixe registrado.
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