domingo, 7 de dezembro de 2014

O ser humano e o trabalho

Vejam o que dizem Dejours, Abdoucheli e Layet no livro Psicodinâmica do Trabalho (Editora Atlas):

·     *  O organismo do ser humano, no trabalho, não é uma “motor” na medida em que sofre excitações internas e externas.
·     *   O ser humano, quando chega ao trabalho, traz consigo sua história pessoal da qual faz parte suas aspirações, desejos, motivações, preferencias, entre outros aspectos, identificando-o como único e diferente dos demais.
·     *   A historia pessoal de cada um, e a forma individual de funcionar, (vias de descarga, por exemplo) por serem diferentes e únicas, fazem a descarga provocada pela atividade do trabalho também algo individual.
·      *    O trabalho torna-se perigoso quando se opõe à livre atividade do indivíduo, ou seja, à sua liberdade de escolha e à pratica da autonomia. O ser humano deve estar articulado com o conteúdo do que faz, ou seja, com o proposito e forma do trabalho que desenvolve, para que seja revigorado por ele.
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    Quando o trabalho permite essa aderência - pessoa-atividade - diminui a carga psíquica e promove o equilíbrio, despertando sensações de realização, prazer e relaxamento. Caso contrario, causa fadiga podendo deixar a pessoa doente dependendo do grau em que essa fadiga é causada.

Essas afirmações são fruto de estudos e confirmadas por meio de inúmeras pesquisas. Muitos de nós nem sabemos disso o que faz com que façamos escolhas equivocadas quanto a atividades de trabalho. 

Outro fator que nos leva a fazer escolhas que não têm nada a haver como nossa forma de ser (personalidade, valores, crenças, aspirações, etc.) é nosso desconhecimento do que vem a ser nossa carreira.

Existem varias definições sobre carreira. A que considera a percepção pessoal, a vivência e experiência da pessoas sobre as escolhas profissionais, leva em conta as considerações mencionadas inicialmente neste texto. Portanto, para que façamos melhores escolhas profissionais, evitando o estresse e favorecendo o bem estar e satisfação pessoais, devemos conhecer nossa carreira (aspirações, motivos e sentido do trabalho na vida) e sempre buscar respeitá-la quando fazemos escolhas profissionais. Nossa saúde “agradece”, e nossa vida torna-se mais significativa e gratificante.

Dessa forma, considerando que nós é quem tomamos as decisões sobre o que devemos ou não fazer, ao aumentarmos nossa consciência do que é melhor para vivermos com saúde, temos que cuidar para que nossa carreira seja, efetivamente, trilhada a maior parte do tempo de nossa existência. Com essa atitude diminuímos a impessoalidade da interferência dos parâmetros externos nas nossas escolhas – aprendidos por meio da família, sociedade e cultura, e aumentamos a probabilidade de vivermos com saúde – o que inclui bem estar.