sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Porque podemos sentir medo em ambientes organizacionais.

Muitos podem ser os motivos que nos levam a sentir medo em ambientes organizacionais.

Vou mencionar alguns:
a)    AÇAO DO CÉREBRO: o seu cérebro pode estar interpretando situações como ameaçadoras. Suponha que você terá uma reunião para apresentar um plano de ação com seu gerente, ou que você tenha que apresentar os resultados da sua área para seus colegas e gestor. Nesses casos você pode sentir medo por achar que estará sendo julgado, ou que seus colegas estarão competindo com você, ou que você poderá não se sair como deveria podendo leva-lo a perder prestigio. Enfim: você imagina uma série de coisas que podem acontecer (e geralmente não acontecem) e você mesmo leva seu cérebro a ler a situação como ameaçadora pois interpreta que poderá haver injustiça ou que poderá perder status em relação aos seus pares e superiores.




b)    COMO CONSEQUENCIA DE SITUAÇOES PESSOAIS: você pode estar fragilizado por estar passando por um momento difícil em sua vida pessoal. Isso o leva a ficar de mau humor, ou ”entristecido”. favorecendo um sentimento de insegurança. A “cabeça” fica “cheia” de pensamentos “negativos”. Isso pode leva-lo a sentir medo  e a “levar esse medo” para o ambiente profissional.
c)    POR ESFORÇO EMOCIONAL: você pode estar fazendo atividades que não gosta, mas que tem que fazer para diminuir uma futura possibilidade de perder o emprego (ou trabalho). Pode ter que se relacionar com pessoas que você julga incompetentes ou pouco éticas, por exemplo. Ou seja, situações que vão contra seus valores ou contra o tipo de atividades que acha que gosta e lhe fazem bem. Situações como essas geram “esforço emocional” (esforço que fazemos para atender ao que nos é passado que a organização quer que seja feito). Nesse contexto, dependendo da duração, frequência e intensidade desse esforço, você se enfraquece e pode sentir medo como resultado do estresse gerado.
d)    POR TER QUE CONTROLAR “SEU EU”: Os ambientes de trabalho, embora de alguns anos para cá sejam mais permissivos quanto ao “sermos como somos” estão longe de permitir que digamos e façamos o que e como gostaríamos de fazer, ser e expressar. Dessa forma acabamos agindo muitas vezes de forma superficial, escondendo o que sentimos e pensamos sobre o trabalho e as pessoas com quem trabalhamos. Novamente, outra fonte de estresse que nos enfraquece e nos torna um “campo fértil” para sentirmos insegurança e medo.  

Considerando os motivos mencionados o que podemos fazer para sentir menos medo? Vou mencionar algumas sugestões:
·      Sempre que possível, deveríamos agendar atividades profissionais em ambientes diferentes. 
·      Cuidar do conteúdo do pensamento, buscando “olhar” e se relacionar com o que esta acontecendo e não com o que achamos  que esta acontecendo. Ficar “mergulhado” nos pensamentos é uma fonte poderosa de geração de sentimentos tanto positivos quanto negativos. Os negativos despertam sentimentos negativos tais como medo e insegurança. Os positivos (embora positivos) como os negativos, causam distração prejudicando a leitura do que esta acontecendo e prejudicando a tomada de decisão (o que vale para os negativos também). Não estou sugerindo que deixe de se sentir bem. O que estou ressaltando é que ficar horas e dias vivendo um sentimento provocado por uma ideia é prejudicial pois “boicota” nossa visão do que esta realmente ocorrendo despertando sentimentos “descolados” da realidade.
·      Procurar trabalhar em empresas que guardem sintonia com nossos valores, nos deem oportunidades de alavancar a carreira, e despertem o sentimento de justiça.
·      Evitar ambientes profissionais que não cultivem a interação entre as pessoas. Isso porque somos seres sociais. Preferimos estar em ambientes onde o clima seja bom, nos faça sentir que somos parte dele e que não passe uma sensação de ameaça constante.


Sentir medo ou qualquer outro sentimento por mais do que um período curto de tempo (talvez de 30 a 60 minutos) nos fragiliza, afeta negativamente nosso desempenho, nos prejudica junto a imagem que queremos passar e pode afastar  pessoas, oportunidades e fontes de prazer e satisfação.

Reforço:
1.    Cuide do conteúdo do seu pensamento. Pensamento gera sentimento, e sentimento interfere no comportamento.
2.    Laia meu post anterior para complementar o entendimento.


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Medo: estar ou sentir, eis a questão.

Estar com medo é diferente de sentir medo. Estar é viver a emoção medo, sentir é experimentar um estado continuo e generalizado de uma sensação/sentimento de medo (o que pode ser bem desagradável e paralisante).

Veja o que Robbins (2010) nos ensina:
·      Emoções: são respostas a eventos do ambiente, portanto causadas por um evento especifico ou experiência concreta de algum evento (pessoas ou coisas), de breve duração (segundos ou minutos), acompanhada de expressões faciais ou reações físicas (choro, suores frios, tremor nas pernas, aceleração dos batimentos cardíacos entre outras).
·      Sentimento: é um estado afetivo  de animo ou humor. Não requer, necessariamente, uma causa especifica de evento ou objeto do ambiente, sendo, geralmente, construído em nossa mente a partir da interpretação que damos do ambiente ou mesmo de uma emoção vivida. Tem duração de horas ou dias, demonstrado por meio de expressões e reações físicas distintas e de natureza cognitiva.

Dessa forma, geralmente, a emoção medo aparece quando nos deparamos com situações perigosas e de risco, ou mesmo quando temos a impressão ou certeza de que estamos sendo ameaçados. Nesses casos o medo é importante para despertar uma reação de fuga, que via de regra nos ajuda a evitar risco de vida e/ou danos pessoais.

No entanto, na maioria das vezes, experimentamos o sentimento medo e não a emoção medo. Identificar o sentimento e o que pode tê-lo provocado é fundamental para pararmos de “ficar sentindo” medo. Dizer “sinto medo” pode (e geralmente é isso que acontece) nos levar a sentir mais e mais medo, aumentando a duração do sentimento, nos fazendo sentir mal por longos períodos de tempo e nos atrapalhando nas nossas tarefas diárias.

Então o pensamento pode produzir medo? Pode. Podendo em casos mais graves (alucinações, por exemplo) disparar uma emoção de medo (tema que não é tratado neste post).


A primeira ação que temos que ter é entender a diferença entre medo sentimento e, medo emoção.


A segunda ação é buscar “interromper” o pensamento que provoca o sentimento medo. Assim, pergunte-se: do que tenho medo? Se não for algo concreto, real provavelmente é uma construção da sua mente a partir da interpretação dos fatos que estão ocorrendo e/ou a partir de crenças que temos sobre as coisas (e que foram construídas ao longo da vida) e que geralmente não estão relacionadas com o que esta acontecendo. Controlar o conteúdo (ou seja, O QUE se está pensando) é fundamental para evitar sentir medo e abrir os olhos para o que realmente esta acontecendo. Em fazendo isso agiremos com a razão e aumentaremos o nosso autocontrole.