sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Alerta: vivemos a cultura da urgência que nos faz tiranizados pelo tempo.


A cultura da urgência é um termo criado por Aubert (2003) onde a urgência e instantaneidade são os valores socialmente valorizados, e enaltecidos pelas empresas o que nos faz tiranizados pelo tempo. Seremos tão bons quanto conseguirmos ser ágeis, proativos, velozes, imediatos e instantâneos. E logicamente fazer bem feito, acertar e fazer a diferença.

“Essa relação sufocante com o tempo revela a transformação da vida pessoal de cada cidadão e, notadamente, a mudança na vida profissional do ator organizacional que se encontra abatido pelas exigências da cultura do imediato, da aceleração desenfreada, em que todos são conduzidos a trabalhar permanentemente na urgência para ganhar em eficácia.”(AUBERT, 2003)[1].

Todos nós sofremos hiper-responsabilização e pressão organizacional por resultados como consequência dessa “nova cultura” onde “dinheiro é tempo”.

Assistimos, “na carne”, nossas vidas sendo regidas pelo imediatismo, pela urgência, cobrança e culto à realização incondicional. Acabamos por querer bater meta em tudo: no trabalho, na vida pessoal, na social, na saúde.

Muitos ficam doentes chegando a altos graus de ansiedade e depressão.

Considerando que mudança é a palavra mais ouvida por todos nós ultimamente nos vemos “empurrados” a agir na mudança urgente e continuada.

Fica o alerta: retome o quanto antes as rédeas da sua vida e do seu tempo. Dedique-se a praticas que o levem a reflexão, introspecção e promoção da saúde e bem estar,  e esforce-se por deixar a cultura de urgência para os ambientes organizacionais.






 Respire! Sua saúde vai ser tão melhor quanto você conseguir resgatar o seu tempo e evitar que a cultura de urgência tome conta da sua vida tornando-o um desconhecido de si mesmo.




[1] AUBERT,N. La Société malade du temps. I: Paris: Flammarion, 2003.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Liderança: querendo que o outro dê certo


Existem vários conceitos, teorias e pesquisas sobre liderança. Esse assunto vem sendo estudado há mais de um século. Neste post quero abordar liderança tendo por alicerce o exercício da ética.

Assim, liderar é querer que o outro dê certo, que tenha tanto ou mais sucesso que você. É preciso saber que para ele conseguir fazer o que precisa ser feito você precisa dar apoio e ser ético.

Você poderia nesse momento me perguntar: “Mas por que eu iria querer que o outro desse certo?”. Porque os estudos mais recentes sobre liderança têm demostrado que ser ético (no sentido de agir para e querer o bem do outro, do grupo e da sociedade) desenvolve o sentimento de confiança e este é fundamental para que o outro dê o melhor de si, faça o melhor que pode fazer e sinta-se respeitado e valorizado.

Considerando-se que o conhecimento das pessoas é fundamental para a produtividade, o líder que desperta e cultiva a confiança por meio do exercício da ética tem acesso ao conhecimento das pessoas com as quais ele trabalha, favorecendo ambientes de compartilhamento e colaboração, fundamentais para o trabalho em grupos e equipes.


Considerando esse tema, convido os leitores a pensar que essa atitude (ser líder querendo que o outro dê certo) pode ter efeitos semelhantes nos ambientes familiares e de amizade.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O retorno da ética – ou a continuidade, no tempo, de uma virtude?


A ética tem seu espaço na vida humana desde o século II a.C. tendo sido definida por Aristóteles. No entanto, já era promovida por meio de seus predecessores Platão e Sócrates por meio de reflexões éticas. As questões “como devemos levar nossas vidas”? “o que é melhor para nossas vidas”? já faziam parte da vida dos moradores da Grécia Antiga provocados por meio desses filósofos.

A finalidade do exercício da ética está em promover reflexões sobre a felicidade coletiva ou o bem comum, em que agir eticamente pressupõe reflexão para tomada de atitude que mais atenda ao que é melhor para a coletividade.

Se a reflexão ética existe há tanto tempo, e nos dias de hoje tem feito parte de disciplinas de diversos cursos de bacharelado e tem feito parte da discussão de processos decisórios nas organizações, porque temos a percepção de que vivemos em um mundo onde a ética é pouco praticada?

Essa pergunta e muitas outras que poderiam ser feitas sobre as razões pelas quais usamos ou não a ética como pano de fundo para a tomada de qualquer decisão nas nossas vidas têm permeado diversas questões, quer no âmbito do uso que temos feito do meio ambiente, quer da maneira como o trabalho vem sendo praticado (muitas vezes às custas da saúde das pessoas), quer do uso que fazemos da politica no âmbito politico, etc.

Acredito que a ética faça sim parte da vida do ser humano e, desde sua existência na Terra. Também acredito que faça parte da natureza humana evitar o exercício da ética. Por quê? Penso que não termos uma resposta. Simplesmente tem sido assim há séculos. E também faz séculos que temos aqueles que provocam sua reflexão buscando que o homem respeite a si, aos seus semelhantes e à natureza.


Cabe a cada um de nós semear sua prática como já faziam os filósofos da Antiga Grécia e esperar que essa ação permeie nossa vida e daqueles que nos cercam dos pontos de vida pessoal e profissional, pelo bem do próprio ser humano e do nosso Planeta Terra.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

A resistência pode impedir nossa felicidade

A resistência é inerente à experiência humana, mas pode impedir que sejamos mais felizes e satisfeitos.


Como disse no post de ontem, devemos entender o(s) motivo(s) pelo qual resistimos e aceitar que resistir faz parte da experiência humana. Negá-la em nós ou brigar com o outro para que a evite só aumenta a intensidade da resistência.

Veja alguns caminhos para lidarmos melhor com ela:

a) Pergunte-se (ou pergunte ao outro): no que a situação atual se parece com alguma situação pela qual passamos? O que sentimos? Nesse caso, pode ser que estejamos transferindo para o momento atual sentimentos que não soubemos lidar no passado.

b) Procure entender qual sentimento a mudança causa nas diversas situações em que aparece. Talvez estejamos tentando evitar que o sentimento ressurja. Para isso, usamos o que Freud chamou de mecanismos de defesa (criados pela mente, segundo sua teoria, como forma de nos proteger) na tentativa de evitar o sentimento que não queremos sentir (geralmente ansiedade, angústia ou medo).

c) Seja compreensivo, já que faz parte das nossas experiências, e ajude você ou ao outro a mudar por meio do entendimento do que provoca a resistência.

d) Procure não se preocupar. Ou seja, não construia uma história em sua cabeça do que nem aconteceu, imaginando o que pode vir a acontecer. Preocupar-se intensifica a resistência.

Reconhecer e entender nossas resistências, colocar o sentimento no tempo certo (passado não é o presente) e descontruir mecanismos de defesa que constroem crenças disfuncionais (aquelas crenças genéricas, que usamos de forma generalizada), pode nos ajudar a tornar a experiência da vida mais satisfatória e feliz.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Resistência a mudanças

O que não sabemos e muitas vezes o que sabemos gera resistência - oposição ou barreira - à mudança.

O processo de resistência acompanha o ser humano certamente desde que ele existe. Imagine que Confúcio (551-479 a.C.) já dizia a mais de 2500 anos atrás: “É pela porta que se sai. Por que ninguém quer utilizar essa saída?”(In LAING, RD, 1976[1]).

Por exemplo: não sabemos o que vai acontecer se viajarmos sozinhos, o que pode nos levar a evitar a viagem mesmo sabendo que ela agregaria valor à nossa vida pessoal e/ou profissional. Ou sabemos que temos que sair de um relacionamento pessoal e/ou profissional que está nos fazendo mal, mas construímos pensamentos de esperança de que as coisas vão mudar (embora há anos os fatos demonstrem que elas não mudam). E assim, poderíamos, todos nós, elencar várias situações em que evitamos o “diferente” resistindo à mudar a situação que vivemos.

A resistência à mudança pode estar relacionada à um sentimento de perda por imaginarmos que, para mudar teríamos que abandonar como estamos sendo ou vivendo. Que para mudar, teríamos que ser diferentes do que somos. E ficamos mentalmente nos perguntando para que e por que mudar construindo mentalmente dúvidas quanto à mudança. Chegamos a achar que, mesmo a situação atual sendo ruim, é melhor do que aquela que desconhecemos.

Mas é fato que resistimos. Dizer que não deveríamos resistir é negar o entendimento que temos dos seres humanos, em especial sobre esse tema. O que precisamos fazer é aceitar que resistimos e procurar entender qual a intenção do processo de resistência que apresentamos nestas situações da vida.

Para promover mudança, reforço, temos que aceitar (e não brigar contra) que ela existe e depois “ajudar as pessoas a descobrir e entender os determinantes ocultos de seus problemas”( MORIN e AUBÉ, p.188[2]) para que possam deixar ou minimizar o processo de resistência que apresentam à mudança.






[1] LAING, R.D. O Eu e os Outros. Vozes, Petr4palis, 1976.
[2] MORIN, E.; AUBÉ, C. Psicologia e gestão. São Paulo; Atlas, 2009.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Carreira: pense bem!

Refletir para agir: essa tem sido a frase que enfatizo para os meus clientes coachees que querem mudar de empresa. Antes de mudar, pedir demissão ou provocá-la (evite fazer isso), pense bem! Conheça qual a âncora de sua carreira, suas aspirações e motivações, seus objetivos. Avalie o quanto você está ou não contribuindo para com que estejam sendo atendidos ou não.

Em meus atendimentos tenho observado que muitas vezes a pessoa, por não ter claros os temas mencionados, não se posiciona adequadamente na empresa, boicotando oportunidades que poderia ter. Deixar a empresa em que estamos trabalhando nem sempre é o caminho.

Temos que refletir, nos conhecer melhor e avaliar o que queremos e o que estamos efetivamente fazendo para atingir (ou não). Se, após essa reflexão, concluirmos que a empresa não tem ambiente e não oferece oportunidades para nossa realização profissional, devemos traçar um plano de ação para a transição. Dele faz parte escolher as empresas que gostaríamos de trabalhar. Sair de onde estamos para repetir o que estamos passando hoje não faz sentido.

O coaching é um processo que contribui para que a pessoa tome decisões "com pé no chão" evitando causar a si mesma mais insatisfações do que as que está passando. Refletir para agir: seja sábio! Cuide de você - evite o estresse da mudança não planejada.



sábado, 8 de fevereiro de 2014

Desenvolver competências é uma questão de cultura

“Empresas que não baseiam seus esforços de melhoria continua em princípios e sim em ferramentas podem obter resultados pontuais durante algum tempo, mas não atingirão a aceitação necessária para garantir melhoria permanente” (Bell, S e Orzen[1]).

O ser humano é movido por seus propósitos, por valores que ele acredita. Isso vale na vida pessoal e organizacional. Se o valores da organização não “casam” com o valor do colaborador sua entrega será diminuída. Ele pode até fazer bem, mas não vai dar o seu melhor. É o propósito e sua constância que levam as pessoas a quererem fazer a diferença, serem úteis.

Dessa forma, para desenvolver competência (capacidade em lidar com o “aqui e agora” de forma eficiente usando da biografia, experiência e aprendizados) os líderes devem garantir que os princípios sejam claros e que os colaboradores tenham aderência interna (congruência pessoal) e devem agir como mentores e orientadores, colaborando para com que os funcionários possam “trazer para fora” o que têm de melhor: “Quando as pessoas são tratadas com consideração e respeito revelam uma reserva ilimitada de criatividade [...] seja o exemplo que eles queiram seguir”. (Bell, S e Orzen1).

Cito o livro de Bell e Orzen porque talvez tenha sido uma das primeiras vezes em que li em um livro de gestão em TI, que a cultura é o alicerce da mudança. Os autores propõe a filosofia lean aplicada à TI afirmando ser a promoção continuada da mudança de cultura o que minimiza as resistências das pessoas à geração de conhecimento que crie valor para o negócio. Embora apresentem ferramentas sempre estão enfatizando as perspectivas constância de propósito, respeito às pessoas e busca pela perfeição (base da cultura lean). 

Tenho certeza de que o trabalho sem constância de propósito – em que trabalhar é mais importante para a pessoa do que para a empresa, já que é ela quem cria o trabalho –, contribui com a baixa motivação, autoestima, conflitos e produtividade. Competências, processos e resultados devem ter como condução central a cultura que valoriza a carreira dos que dela fazem parte.


[1] BELL, Steven e ORZEN, Michael A.  C. TI Lean: capacitando e sustentando sua mtransformação lean. São  Paulo: Lean Institute Brasil, 2013, p.8.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Humildade: um desafio ao ser humano


Certa vez, não me lembro onde, ouvi: “A humildade é uma atitude estranha. Quando achamos que estamos sendo humildes, já não estamos sendo mais”.

Vivemos um momento em que escutamos e vemos diversas iniciativas buscando recuperar nas pessoas atitudes voltadas para o interesse comum entre elas, a humildade.

Livros de negócios mais recentes têm sido enfáticos quanto ao ser humilde. Colocam que o líder deve ser humilde. Sendo humilde, ele consegue catalisar a mudança porque possibilita que sua equipe também o seja, como resultado da conscientização e autorreflexão.

Humildade pressupõe ausência de julgamento, quer de pessoas, quer de formas ou formatos de se trabalhar, quer de si mesmo. Para isso, devemos desenvolver o estado de observação isenta de julgamentos.

Acredito que a ausência ou pouca humildade tem sido um dos motivos pelos quais entramos em conflito. Queremos fazer valer nossa vontade e, no mundo do trabalho, criamos ambientes pouco favoráveis à entrega das pessoas porque partimos do princípio de que elas não sabem o que é o melhor a se fazer. Devem fazer de acordo com o que o líder quer e os processos determinam.

A falta de humildade pode ser um fator que vem prejudicando a confiança para que sejamos respeitados. Aliás, como a maioria age assim, sempre está achando que o outro não o respeita, que sabe tudo e que não é humilde. Porém essa atitude deve começar de cada um de nós e aos poucos viveremos o que a vida nos coloca no presente e evitaremos resistência ao movimento da vida, que é sempre de mudança.

Aqueles que são líderes em empresas, se querem mais resultados, devem desenvolver a humildade evitando criar barreiras (resistências) das pessoas que entendem que o líder quer que elas sejam e trabalhem como ele acha adequado.


Sendo humildes passamos a mensagem de que acreditamos nas pessoas e de que cada um deve ser responsável pelo que entrega por meio do seu trabalho (o que vale para relacionamento entre amigos e familiares). Esse é talvez um dos maiores desafios do ser humano neste século em que urge a necessidade de revalorização da pessoa e da natureza. 


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Empregabilidade: dicas para desenvolvê-la ainda mais


Muito se fala sobre empregabilidade e já faz tempo. O fato é que temos que desenvolvê-la, não tem jeito.

O mercado de trabalho nunca esteve tão competitivo. Se você quer um bom trabalho e/ou se manter em um, tem que investir na empregabilidade a despeito do estresse que possa causar.

Ser empregável requer muita dedicação e a certeza de que se não entender o que querem de você e qual a sua carreira, você pode não ter um trabalho amanhã.

Para ser empregável você deve, de preferência:
- unir às suas decisões de desenvolvimento o entendimento de sua vocação, talento ou aspiração;
-´saber quais competências tem e quais deve construir, considerando tendências do mercado de trabalho;
- investir na sua saúde (psicológica, emocional, física e espiritual); "proteger" sua vida financeira ("pé no chão" nunca é demais);
- manter uma rede de relacionamento identificada como relevante para promover a sua empregabilidade.


Então, mãos à obra: faça 4 colunas. Na primeira, coloque tudo o que deve ter para ser empregável. Na segunda, considerando seu momento atual, dê-se uma nota de um a dez, onde um é a menor e dez a maior nota. Na terceira, coloque a nota que quer se dar dentro de 6 meses a um ano (mas seja realista e saiba reconhecer que tudo tem seu tempo). E por fim, na quarta, identifique uma ação para "chegar lá" (coluna 3). Caso tenha dificuldade, fale comigo!


domingo, 2 de fevereiro de 2014

Aproveite mais a vida: descomplique na vida pessoal e profissional


Você já reparou que perde tempo ao ficar divagando sobre o que tem que fazer, ou sobre o que fez? Pode parecer estranho essa afirmação. Mas, vamos analisar melhor.

Imagine que você precisa criar novas abordagens junto aos clientes, ou novos sistemas, ou definir sobre a melhor forma de intervir junto a sua equipe para que a produtividade seja aumentada, ou elaborar planos de ação para que sua área dobre o faturamento e assim por diante para qualquer atividade que você precise desempenhar. Se você ficar pensando na situação, você estará criando uma situação fictícia em sua mente o que o distanciará da solução ou encaminhamento que precisa ter e, provavelmente, criará uma cena “cheia” de problemas na sua mente criando, assim, um sentimento de apreensão e sugerindo “mentalmente” diversas soluções, complicando antes de a situação acontecer.

O funcionamento descrito me lembra a frase: “A mente humana tem uma tendência natural a tornar as coisas mais complicadas do elas precisam ser” (Bell, S e Orzen[1]). Então: “fique” na experiência, no que esta acontecendo. Você verá que encontrará soluções que jamais imaginou.

Para simplificar a sua vida pessoal e profissional simplesmente experimente. Viva no simples. A vida acontece no presente.






[1] BELL, Steven e ORZEN, Michael A.  C. TI Lean: capacitando e sustentando sua transformação lean. São  Paulo: Lean Institute Brasil, 2013, p.8.