Vejam o que dizem
Dejours, Abdoucheli e Layet no livro Psicodinâmica do Trabalho (Editora Atlas):
· * O organismo do ser
humano, no trabalho, não é uma “motor” na medida em que sofre excitações
internas e externas.
· * O ser humano, quando
chega ao trabalho, traz consigo sua história pessoal da qual faz parte suas
aspirações, desejos, motivações, preferencias, entre outros aspectos, identificando-o
como único e diferente dos demais.
· * A historia pessoal de
cada um, e a forma individual de funcionar, (vias de descarga, por exemplo) por
serem diferentes e únicas, fazem a descarga provocada pela atividade do
trabalho também algo individual.
· * O trabalho torna-se
perigoso quando se opõe à livre atividade do indivíduo, ou seja, à sua
liberdade de escolha e à pratica da autonomia. O ser humano deve estar
articulado com o conteúdo do que faz, ou seja, com o proposito e forma do
trabalho que desenvolve, para que seja revigorado por ele.
·
Quando o trabalho
permite essa aderência - pessoa-atividade - diminui a carga psíquica e promove o
equilíbrio, despertando sensações de realização, prazer e relaxamento. Caso
contrario, causa fadiga podendo deixar a pessoa doente dependendo do grau em
que essa fadiga é causada.
Essas afirmações são
fruto de estudos e confirmadas por meio de inúmeras pesquisas. Muitos de nós
nem sabemos disso o que faz com que façamos escolhas equivocadas quanto a
atividades de trabalho.
Outro fator que nos leva a fazer escolhas que não têm
nada a haver como nossa forma de ser (personalidade, valores, crenças,
aspirações, etc.) é nosso desconhecimento do que vem a ser nossa carreira.
Existem varias
definições sobre carreira. A que considera a percepção pessoal, a vivência e
experiência da pessoas sobre as escolhas profissionais, leva em conta as considerações
mencionadas inicialmente neste texto. Portanto, para que façamos melhores
escolhas profissionais, evitando o estresse e favorecendo o bem estar e
satisfação pessoais, devemos conhecer nossa carreira (aspirações, motivos e
sentido do trabalho na vida) e sempre buscar respeitá-la quando fazemos
escolhas profissionais. Nossa saúde “agradece”, e nossa vida torna-se mais
significativa e gratificante.
Dessa forma,
considerando que nós é quem tomamos as decisões sobre o que devemos ou não
fazer, ao aumentarmos nossa consciência do que é melhor para vivermos com
saúde, temos que cuidar para que nossa carreira seja, efetivamente, trilhada a maior parte do
tempo de nossa existência. Com essa atitude diminuímos a impessoalidade da
interferência dos parâmetros externos nas nossas escolhas – aprendidos por meio
da família, sociedade e cultura, e aumentamos a probabilidade de vivermos com saúde
– o que inclui bem estar.