quinta-feira, 29 de maio de 2014

O trabalho tem seu lado humano. Esquecer disso pode ser uma “bomba”!

Quando visito empresas ou me encontro com pessoas em seus ambientes organizacionais, no discurso entre elas, observo que abordam processos, práticas e estratégias dentre outras ações administrativas. É estranho: mas evitam falar das pessoas, do como as relações se dão, do como personalidades, valores pessoais, expectativas individuais, intensões particulares, e  historias de vida afetam a maneira como interagem. Fica a impressão de que os aspectos humanos não fazem parte do mundo do trabalho.

O fato é que os aspectos humanos têm um peso enorme na forma como as interações se dão. Mesmo que se defina claramente quais são as atividades, rotinas, procedimentos, processos e as pessoas envolvidas tenham claro o que, como, quando e porque devem fazer as coisas, se “o santo não bate” ou existe algum desconforto entre elas o resultado é menor do que poderia ser.

Tanto é verdade que quando as pessoas conversam sobre o trabalho geralmente tratam, principalmente, de aspectos humanos que permeiam essa atividade.

Em parte, resultado dessa cisão entre o lado social e o lado pratico do trabalho, as conversas são para falar mal um dos outros, responsabilizar seus pares ou a empresa pela  insatisfação que sentem, desqualificar seus colegas, depreciar seus lideres. A necessidade reprimida em expressar o dissabor com o trabalho é muito mais relevante do que os benefícios que possam estar tendo em realizá-lo. Façam uma retrospectiva dos últimos almoços, cafezinhos e conversas que tiveram. Certamente a maioria foi para reclamar da experiência que se tem nas empresas onde se trabalha.

Parece que experimentamos dois mundos diferentes: um é aquele do que tem que ser feito e o outro das iterações entre as pessoas que devem fazer, onde um parece não ter nenhuma relação com o outro. Mas tem. E é fora da atividade que tem que ser feita, mas muitas vezes no próprio ambiente onde deve ser realizada,  que as pessoas têm externalizado toda sua insatisfação, mágoa e chateação numa tentativa de unir os dois “lados da moeda”: o social e o técnico.

Gestores: atenção. Evitem ambientes onde as pessoas coloquem “debaixo do tapete” seu lado pessoal e levem para a “mesa do almoço” a tentativa de unir a pratica e o lado social do trabalho. Conversem sobre isso sempre que necessário fazendo um papel de mediador.

O lado humano e o trabalho que realizamos é um coisa só. Cabe à liderança contribuir para com que o lado racional e de convivência baseada no respeito caminhe junto com o trabalho que deve ser feito evitando que as afinidades construam redes informais que tenham mais força do que as interações necessárias à realização das atividades diárias do trabalho.

Manter a capacidade do dialogo humano é competência e responsabilidade da liderança sem o que os resultados certamente serão menores do que podem ser.


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