Se nos deparamos como
uma situação (evento, relação, pessoa, etc.) que percebemos como maior do que a
nossa capacidade de lidar com ela supormos, de antemão, que não vamos conseguir,
que não vai dar certo, que não é possível resolver, e assim por diante. NOTE:
PERCEBEMOS como. Pode não ser = reflexão 01.
Em outras palavras: a
situação existe, mas a percepção é nossa. Ou seja, a maneira de interpretá-la é
nossa, portanto, individual. O que sugere que a conclusão do que se vê esta
carregada de experiências, valores, intenções, aspirações, educação, apego,
etc. pessoais.
Essa conclusão, quase
automática, que fazemos deve ser desafiada = reflexão 02.
E como desafiar?
Perguntando-se: o que me leva a achar isso? Que outras experiências confirmam
essa conclusão? Qual pode ser outra forma de interpretar o mesmo fato? Será que
é uma dificuldade minha de lidar com situações ou pessoas que se assemelham à
situação que vivo no momento?
Malcom Gladwell, em seu
livro Davi e Golias (Ed. Sextante, 2014), usa de uma das interpretações dessa historia chamando a
atenção para o fato de que Davi vence Golias porque reage ao embate com
comportamentos diferentes aos esperados por Golias (e todos os lutadores da
época). Como Golias usava armadura, lanças de arremesso e de curto alcance, e
escudo para uma luta corpo a corpo transmitia, de acordo com a leitura feita
por todos (salvo Davi), medo. Por outro lado Davi luta de forma diferente – inesperada por
Golias, sem artefatos de guerra. Usa de uma pedra e a atira na testa de Golias
que cai, sendo em seguida atingido por sua própria espada por meio das mãos de
Davi. Dessa forma Davi interpretou (percebeu) Golias diferentemente dos demais
membros da aldeia onde morava o que foi determinante para se sair vencedor.
As situações podem ter
mais do que uma interpretação = reflexão 03.
A primeira (automática) geralmente
esta carregada de historias que vivemos na vida e que portanto são diferentes
das que vivemos no momento. Podem e devem servir como mais uma interpretação.
Mas não como a única.
Acrescente-se as reflexões
sugeridas a proposta por Gladwell (p.13): o que pode ser qualidade em determinadas
situações são fontes de fraqueza em outras. Golias parecia ter todas as
qualidades mas, naquela situação com o oponente Davi, eram fraquezas.
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