sexta-feira, 7 de março de 2014

Separação conjugal: uma, das muitas, experiências humanas.


Como tem sido comum separações conjugais! Entender que fazem parte da experiência humana e que provocam um processo psicológico especifico pode nos ajudar a passar por ela com mais serenidade.

Dentre vários motivos, a separação conjugal é sempre difícil de ser vivenciada. Entre eles podemos citar que, ao nos casarmos, construímos uma nova identidade (o “eu-conjugal”) que vai se solidificando com o tempo de duração da relação resultado das interações estabelecidas entre os membros do casal. Portanto, ao nos separamos precisamos redefinir nossas identidades individuais.

Geralmente trata-se de um experiência dolorosa resultado de um processo psicológico complexo. É como se houvesse uma sensação de “morte na vida”. Quem já passou por esse tipo de experiência sabe muito bem como é doloroso, confuso muitas vezes (já que construímos como que pensamentos secretos e conversamos com nossas fantasias do outro e da relação) e carregado de um sentimento de vazio e angustia, em maior ou menor grau.

Li um estudo[1] que demonstrou que a separação conjugal pode apresentar vivencias diferentes de acordo com os gêneros feminino e masculino. Homens sentem-se sobretudo frustrados e fracassados, e mulheres sentem mágoa e solidão. Com certeza existem muitos outros, mas já saber que passar por essas experiências faz parte nos ajuda a passar por elas aceitando-as como parte da situação e não como algo que não deveríamos sentir.

O mesmo estudo nos ajuda ao considerar que: “desconstruir a conjugalidade após a separação e, simultaneamente, reconstruir a identidade individual, é um processo lento e vivenciado com dificuldade pelos ex-cônjuges. A vivência de uma maior liberdade se mistura com o sentimento de solidão, tornando os primeiros tempos após a separação, particularmente, difíceis para homens e mulheres”(p.372).

Portanto, passar por uma separação sentindo vazio, perda, fracasso, falta de alguma coisa (nesse caso o “eu-conjugal”), tristeza não é uma fraqueza e sim uma necessidade psicológica para a reconstrução da identidade e, da “nova vida”. 

Considerando ser um processo complexo é sempre indicado que seja acompanhado por um especialista (psicólogo ou psiquiatra) para que seja vivenciado de forma construtiva, favorecendo uma passagem pelo processo “com pé no chão” e dentro do que é, sem negar ou impedir que ocorra.

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