O que
não sabemos e muitas vezes o que sabemos gera resistência - oposição ou
barreira - à mudança.
O
processo de resistência acompanha o ser humano certamente desde que ele existe.
Imagine que Confúcio (551-479 a.C.) já dizia a mais de 2500 anos atrás: “É pela
porta que se sai. Por que ninguém quer utilizar essa saída?”(In LAING, RD, 1976[1]).
Por
exemplo: não sabemos o que vai acontecer se viajarmos sozinhos, o que pode nos
levar a evitar a viagem mesmo sabendo que ela agregaria valor à nossa vida
pessoal e/ou profissional. Ou sabemos que temos que sair de um relacionamento
pessoal e/ou profissional que está nos fazendo mal, mas construímos pensamentos
de esperança de que as coisas vão mudar (embora há anos os fatos demonstrem que
elas não mudam). E assim, poderíamos, todos nós, elencar várias situações em
que evitamos o “diferente” resistindo à mudar a situação que vivemos.
A
resistência à mudança pode estar relacionada à um sentimento de perda por
imaginarmos que, para mudar teríamos que abandonar como estamos sendo ou
vivendo. Que para mudar, teríamos que ser diferentes do que somos. E ficamos
mentalmente nos perguntando para que e por que mudar construindo mentalmente
dúvidas quanto à mudança. Chegamos a achar que, mesmo a situação atual sendo
ruim, é melhor do que aquela que desconhecemos.
Mas é
fato que resistimos. Dizer que não deveríamos resistir é negar o entendimento
que temos dos seres humanos, em especial sobre esse tema. O que precisamos
fazer é aceitar que resistimos e procurar entender qual a intenção do processo
de resistência que apresentamos nestas situações da vida.
Para
promover mudança, reforço, temos que aceitar (e não brigar contra) que ela existe
e depois “ajudar as pessoas a descobrir e entender os determinantes ocultos de
seus problemas”( MORIN e AUBÉ, p.188[2])
para que possam deixar ou minimizar o processo de resistência que apresentam à
mudança.
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