sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Resistência a mudanças

O que não sabemos e muitas vezes o que sabemos gera resistência - oposição ou barreira - à mudança.

O processo de resistência acompanha o ser humano certamente desde que ele existe. Imagine que Confúcio (551-479 a.C.) já dizia a mais de 2500 anos atrás: “É pela porta que se sai. Por que ninguém quer utilizar essa saída?”(In LAING, RD, 1976[1]).

Por exemplo: não sabemos o que vai acontecer se viajarmos sozinhos, o que pode nos levar a evitar a viagem mesmo sabendo que ela agregaria valor à nossa vida pessoal e/ou profissional. Ou sabemos que temos que sair de um relacionamento pessoal e/ou profissional que está nos fazendo mal, mas construímos pensamentos de esperança de que as coisas vão mudar (embora há anos os fatos demonstrem que elas não mudam). E assim, poderíamos, todos nós, elencar várias situações em que evitamos o “diferente” resistindo à mudar a situação que vivemos.

A resistência à mudança pode estar relacionada à um sentimento de perda por imaginarmos que, para mudar teríamos que abandonar como estamos sendo ou vivendo. Que para mudar, teríamos que ser diferentes do que somos. E ficamos mentalmente nos perguntando para que e por que mudar construindo mentalmente dúvidas quanto à mudança. Chegamos a achar que, mesmo a situação atual sendo ruim, é melhor do que aquela que desconhecemos.

Mas é fato que resistimos. Dizer que não deveríamos resistir é negar o entendimento que temos dos seres humanos, em especial sobre esse tema. O que precisamos fazer é aceitar que resistimos e procurar entender qual a intenção do processo de resistência que apresentamos nestas situações da vida.

Para promover mudança, reforço, temos que aceitar (e não brigar contra) que ela existe e depois “ajudar as pessoas a descobrir e entender os determinantes ocultos de seus problemas”( MORIN e AUBÉ, p.188[2]) para que possam deixar ou minimizar o processo de resistência que apresentam à mudança.






[1] LAING, R.D. O Eu e os Outros. Vozes, Petr4palis, 1976.
[2] MORIN, E.; AUBÉ, C. Psicologia e gestão. São Paulo; Atlas, 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário