Como tem sido
comum separações conjugais! Entender que fazem parte da experiência humana e que provocam
um processo psicológico especifico pode nos ajudar a passar por ela com mais
serenidade.
Dentre vários
motivos, a separação conjugal é sempre difícil de ser vivenciada. Entre eles
podemos citar que, ao nos casarmos, construímos uma nova identidade (o “eu-conjugal”)
que vai se solidificando com o tempo de duração da relação resultado das
interações estabelecidas entre os membros do casal. Portanto, ao nos separamos
precisamos redefinir nossas identidades individuais.
Geralmente
trata-se de um experiência dolorosa resultado de um processo psicológico
complexo. É como se houvesse uma sensação de “morte na vida”. Quem já passou por
esse tipo de experiência sabe muito bem como é doloroso, confuso muitas vezes
(já que construímos como que pensamentos secretos e conversamos com nossas
fantasias do outro e da relação) e carregado de um sentimento de vazio e
angustia, em maior ou menor grau.
Li um estudo[1]
que demonstrou que a separação conjugal pode apresentar vivencias diferentes de
acordo com os gêneros feminino e masculino. Homens sentem-se sobretudo
frustrados e fracassados, e mulheres sentem mágoa e solidão. Com certeza
existem muitos outros, mas já saber que passar por essas experiências faz parte
nos ajuda a passar por elas aceitando-as como parte da situação e não como algo
que não deveríamos sentir.
O mesmo estudo nos
ajuda ao considerar que: “desconstruir a conjugalidade após a separação e,
simultaneamente, reconstruir a identidade individual, é um processo lento e
vivenciado com dificuldade pelos ex-cônjuges. A vivência de uma maior liberdade
se mistura com o sentimento de solidão, tornando os primeiros tempos após a
separação, particularmente, difíceis para homens e mulheres”(p.372).
Portanto, passar
por uma separação sentindo vazio, perda, fracasso, falta de alguma coisa (nesse
caso o “eu-conjugal”), tristeza não é uma fraqueza e sim uma necessidade psicológica
para a reconstrução da identidade e, da “nova vida”.
Considerando ser
um processo complexo é sempre indicado que seja acompanhado por um especialista
(psicólogo ou psiquiatra) para que seja vivenciado de forma construtiva,
favorecendo uma passagem pelo processo “com pé no chão” e dentro do que é, sem
negar ou impedir que ocorra.
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